segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ache sua Janelinha


Dos mais de 7 bilhões de corações e bocas coexistindo no planeta, apenas uma ínfima parcela já nasce tendo uma estrada pavimentada pela frente. São os chamados privilegiados - aqueles que minha avó denominava "paridos em berço de ouro".
Para a imensa maioria de nós o que há pela frente é uma estrada pedregosa, esburacada e perigosa. O estradão da vida. Cheio de curvas mal traçadas, sem acostamento, e com armadilhas a cada dois quilômetros penosamente rodados. Entre a partida e o destino há sempre uma longa viagem.
Nesse trajeto nada é fácil. Por exemplo, os começos são via de regra difíceis. É custoso montar um consultório de dentista, é trabalhoso o aprendizado de um pedreiro, é de dar frio na barriga aceitar a primeira encomenda de um bolo de casamento.
Continuar também é um desafio. Pois na maioria das vezes nada sai exatamente como sonhamos: se nos sonhos somos perfeitos, quando acordados somos humanamente imperfeitos. Então pensamos em desistir. Mas aí a viagem já está no meio. Voltar daria mais trabalho do que seguir.
Seja qual for a fase da sua vida profissional - no começo, no meio, no fim - o melhor é se manter 100% atento às oportunidades que a viagem oferece. Lembrando que oportunidade não é algo que está esperando pela gente. Oportunidade é aquilo que, observando o cenário, a gente inventa.
O sujeito que vende água mineral geladinha no trecho congestionado da rodovia, inventou uma oportunidade. O executivo que valoriza sua equipe inventou uma oportunidade. A jornalista que persegue uma matéria importante, que nenhum editor está enxergando, inventou uma oportunidade.
Há milhões de exemplos de pessoas que driblam diariamente as estradas malfeitas ou malconservadas. Gente que chega no destino almejado. O que elas têm de especial? Capacidade de enxergar não só atrás e na frente. Elas focam nos lados.
Elas procuram janelinhas no paredão da realidade. E quando encontram uma, abrem as possibilidades par a par. Sabem que podem fazer uma janelinha virar uma porta. Pois é a qualidade do olhar quem determina a grandeza da paisagem.
Régine Ferrandis, de Paris

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