A televisão não é apenas um instrumento de diversão. Ela invade nossos lares e, pela força do convencimento visual, introduz padrões morais e sociais. Passa valores. Estabelece regras de comportamento. Dita normas de como viver. Faz a cabeça dos brasileiros. Infelizmente, as coisas não entram pelo que se lê, mas pelo que se vê.
Pois bem, apesar de o País viver um clima de incentivo à educação pública, estabelecendo até uma lei federal com proposta de melhor salário para os professores – o piso salarial – e a busca de melhores condições de trabalho, a Rede Globo aparece na contramão da sociedade. Entra no debate com uma proposta muito curiosa, pois consegue avacalhar a escola, a família, o ser humano com cenas bem explícitas de deboche.
A ingenuidade deixa de ser inocente para tornar-se uma perversão. Não se nega valores, mostra-se o mórbido como condução natural.
Nesse instante, dada a imensa audiência, esse comportamento adquire legitimação. A inocência dos adolescentes vira um jogo perigoso de corpo em exposição. Há a esdrúxula explicitação de que o corpo feminino é carne a uso, pois algumas cenas, convidadam a erotização precoce, quase antessala da prostituição, do corpo à venda. Isso só entristece!
Não por acaso, O POVO, no Dia da Criança, revelou em primeira página o sonho de duas meninas: “quero ser atriz”… “quero ser modelo”. Isso se dá, porque a inversão de valores, torna a vida mais tentadora e ilude as pessoas com prazer, com facilidade mundanas, fazendo de tudo, em sua verdade, uma máquina de depreciação poderosa do caráter.
O médico, antropólogo e professor universitário Antônio Mourão. Jornal O POVO; sábado (15); "a influência da televisão contra os verdadeiros valores sociais, que deveriam ter como base a educação".
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